domingo, 6 de agosto de 2017

Pensamentos ao anoitecer

A noite cai de mansinho, colorindo o céu em uma mistura de cores que me causa um desejo súbito de pegar pincéis e tela, encorporando algum pintor famoso, desses que conseguem sem muito esforço transformar algo lindo em uma obra magnifica. Segurando o pincel bem leve, eu começaria pelo contorno das árvores que sutilmente se misturam com o escurecer do horizonte. O azul, em uma tonalidade mais forte agora, tomando conta do alaranjado, travando uma briga silenciosa por espaço.

Sorrio ao notar todas aquelas luzes ambares dando sinais de vida em meio as primeiras penumbras da noite. Sempre gostei tanto delas... Luzes dos postes... Dos prédios... Das casas. Manchas de iluminações que me fazem pensar no quanto esse mundo é imenso e no quanto ainda temos a percorrer.

E é pensando nisso, que percebo o quão melancólica tenho sido. Pego-me, por diversas vezes, observando fotos de realidades que não minhas, que talvez nunca cheguem a ser, e então, saboto todas minhas esperanças e admirações por aquilo que tenho.

É horrível, eu sei.

Não faz sentido olhar a grama verdinha do vizinho e esquecer de regar a nossa própria. Todo mundo diz isso, e mesmo sabendo que todos estão certos, não consigo evitar que esse desapontamento tome conta de mim, vez ou outra.

Enquanto penso nisso, fico aqui... Observando o universo em seu trabalho perfeito de acordar e adormecer, todos os dias, em todos os lugares. 

Talvez minha vida seja assim também... Um embalo de emoções, alegrias e frustrações. Que se aquietam e depois ressurgem, como se dormissem e acordassem, quando eu menos espero.



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